domingo, 30 de abril de 2017

Protetor Social, pede que os políticos, comerciantes e pessoas físicas apoiem as fanfarras Mairienses, pelo motivo ...

As bandas musicais escolares proporcionam, na grande maioria dos casos, o primeiro contato formal que crianças e adolescentes têm com a música e com a prática instrumental. Levados pelo entusiasmo e incentivo de colegas que já participam da corporação musical, os novos integrantes começam sua jornada, não raro, sem se dar conta que ingressaram no “mundo da música”.   
            Muitos participantes identificam-se com a arte musical e vão à procura de escolas específicas de música com a finalidade de desenvolver técnicas e aprofundar conhecimentos objetivando uma formação profissional. Enquanto outros, mesmo sem demonstrar muito interesse em perspectivas profissionais, são musicalizados e com orgulho ostentam o estandarte da escola querida.
 Participar de atividades em grupo é fator primordial na formação individual de crianças e adolescentes, a coletividade proporciona a interação e troca de conhecimentos e valores que são um estímulo ao respeito e à disciplina, valores que são bem explorados nas bandas escolares.
            A música quando aprendida e utilizada como linguagem, oferece aos alunos o acesso a uma educação para a vida que inclui o desenvolvimento da sensibilidade a partir da aquisição de um vasto vocabulário de efeitos de sentido associados a configurações musicais detalhadas e precisas, num processo de construção de conhecimento que integra os dois recursos que o homem dispõe para isso: pensamento e sentimento. “Música como linguagem não é algo apenas para quem busca formação profissional, não depende de talento ou dom e está ao alcance de todos
As bandas musicais, além de permitirem uma profissionalização musical, possibilitam aos jovens reconhecerem-se como sujeitos que atuam no mundo, dando-lhes condições de criarem novos projetos de vida” (DAYREL, 2002).
Descreve ainda Dayrell, no mesmo livro:
Acreditamos que a socialização dos jovens pode ser compreendida com os processos por meio dos quais os sujeitos se apropriam do social, de seus valores, de suas normas e de seus papéis, a partir de determinada posição e da representação das próprias necessidades e interesses... (DAYRELL, 2002, p. 4)
                              
                               O emprego das bandas escolares pode ser entendido tanto como elemento de educação musical como um elemento sócio-cultural a serviço daqueles que integram o grupo musical bem como aqueles que participam da sua vida social.
                               Muitas são as questões relacionadas à importância da música com os desafios na prática doscente, conteúdos e metodologias, que são basilares na atuação do educador musical. Porém na maioria das vezes o que encontramos são monitores,músicos sem formação acadêmica, que atuam na musicalização dos jovens podendo satisfazer ou não as expectavas relacionadas ao aprendizado musical e valores sociais. Faz-se necessário salientar ainda que é raro encontrar nas instituições de ensino, estruras que favoreçam o desenvolvimento das bandas escolares. Mesmo com todas estas deficiências, tais agremiações são, contudo, um modo eficiente e célere de aprendizado, apresentando condições de musicalizar jovens, bem como possibilitar um repensar do ensino formal da música nas escolas.
                               De fato, quando assumida como linguagem que incorpora os fundamentos que a torrnam arte, a música nos permite integrar competências linguisticas, corporais, espaciais, raciocínio lógico, percepção de si próprio e percepção do outro, além das musicais. Dificilmente outra disciplina da grade curricular nas escolas, possa oferecer tamanha  integração entre as mais variadas áreas do conhecimento, algo vital para a formação de indivíduos capazes de perceber mais profundamente o mundo em que vivem e de usar com sensibilidade e sabedoria os conhecimentos adiquiridos ao longo de toda a sua formação.
                               A participação facultativa dos alunos nas bandas e/ou fanfarras escolares, demonstra um interesse real pela música e pelo ciclo de amizade e companheirismo que são desenvolvidos entre eles no decorrer das aulas e ensaios dos grupos, fator importante no desenvolvimento de perspectivas de relacionamentos sociais na formação da individualidade.
                               Por sua vez, a escola que incentiva e mantém uma banda no seu quadro de atividades, seja em relação ao corpo discente ou à própria instituição, visa alguns retornos, tais como: manter os alunos em uma ocupação sadia, cultural e educativa, afastando-os, em alguns casos, de ambientes não propícios à sua formação como cidadãos ao mesmo tempo em que representam a escola, por meio de eventos cívicos e culturais que sempre são realizados como: concursos, desfiles e encontros de bandas e outras atividades sociais. “O ensino de música na escola, assim como toda atividade social, ‘serve’ a várias funções e pode ser diversamente interpretada” (TOURINHO, 1993, p.92).
            Sobre os termos: bandas e fanfarras vale ressaltar a distinção existente entre os dois conjuntos musicais que se diferenciam basicamente pelo instrumental que as compõe. O primeiro subdivide-se em: bandas musicais e bandas marciais. As fanfarras, por sua vez, classificam-se em: fanfarras simples ou lisas e fanfarras com 01 (um) pisto.
            No decorrer do presente trabalho de pesquisa serão observadas crianças e adolescentes que integram a fanfarra da Escola Paulo VI, a banda marcial da Escola Dom Bosco, ambas, escolas regulares da rede pública de ensino, e a banda musical do Colégio Virgem imaculada, escola regular da rede privada de ensino, com a finalidade de adquirir conhecimentos a respeito do desempenho escolar, inclusão social e comportamento ético dos alunos participantes destas bandas escolares.
            Investigar os métodos utilizados pelos professores( instrutores/regentes de banda) no aprendizado dos alunos e os objetivos a serem alcançados pelas bandas e fanfarras ( como conjunto) no âmbito escolar, enfatizando os benefícios e a representatividade adquiridos pelas escolas que mantém uma banda de música ou fanfarra no seu quadro de atividades.
            Os efeitos causados pela prática musical nos alunos das escolas anteriormente citadas, por meio das bandas e fanfarras, serão analisados de acordo com a situação sócio-econômica a qual cada escola está inserida, uma vez que as escolas escolhidas para o campo de pesquisa pertencem como já mencionado, às redes de ensino pública e privada.
            A orientação na formação profissional dos alunos participantes das bandas e fanfarras, também é alvo de pesquisa neste trabalho, levando em consideração que muitos profissionais tiveram sua iniciação musical nestas atividades oferecidas pelas escolas e posteriormente procuram aperfeiçoamentos técnicos em conservatórios ou em escolas específicas de músicas, possibilitando-os a ingressarem no curso de licenciatura em música da Universidade Federal de Pernambuco e posteriormente integrarem o mercado formal de trabalho no campo da música.

FONTE: http://webartigos.com/artigos/a-contribuicao-das-bandas-e-fanfarras-na-formacao-de-alunos-em-escolas-regulares-de-pernambuco/115721

Nenhum comentário:

Postar um comentário